terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Novas colônias no RS

Estradas de ferro cortando o RS

Com o aumento da estrada de ferro pelo Rio Grande do Sul, novas ligações foram construídas em então, novas colonias foram criadas. Dessa vez os filhos da primeira geração de nascidos no Brasil forçaram os pais a procurar novas glebas de terra para poderem desenvolver suas atividades. Novas colonias foram abertas no centro do estado (Santa Maria) e outras colônias novas mais ao Norte próximas a rio Uruguai.

Nas colônias de Erechim

O segundo destino da família foi nas colônias novas de Erechim. Em 1908 foi fundada a Colônia Erechim, planejada pelo diretor de Terras e Colonização Carlos Torres Gonçalves, atendendo aos princípios positivistas para tornar-se modelo de colonização. O empreendimento teve rápido progresso econômico, facilitado não só pela presença de uma ferrovia, mas também pelas estradas planejadas durante a concepção da colônia e que foram construídas de acordo com os traçados previstos.

A colônia foi instalada em 1910, com a chegada dos primeiros 36 colonos: 4 família com 28 pessoas e 4 solteiros.

Pioneirismo e imigração


A estação ferroviária de Erechim em 1910.


Vista da Avenida Maurício Cardoso na década de 1920.

A região foi colonizada basicamente por imigrantes de origem polonesa (1918), alemã (1912), judaica (1911) e, principalmente, italiana. As primeiras famílias italianas chegaram na cidade por volta de 1910 através da ferrovia. Os imigrantes italianos, ao longo de vários anos, modificaram a fisionomia social da região com seus valores espirituais, culturais e materiais. Grande parte dos imigrantes, não só os italianos, vinham em busca de uma vida melhor para si e para suas gerações. Ainda hoje é possível perceber interferências dos imigrantes oriundos desses países, especialmente na arquitetura e na culinária da cidade.

Já sobre influência da chegada dos primeiros imigrantes, em 1910 a sede da colônia já possuía um aspecto urbano com abertura de ruas e edificação de cerca de cinquenta casas e outras 22 em construção, todas de madeira, inclusive o chalé do escritório da comissão. Incluía ainda dois barracões para hospedagem dos imigrantes, enfermaria e depósito de materiais, nove casas comerciais, uma barbearia, uma alfaiataria, três sapatarias e um açougue. Também foi rápido o desenvolvimento da zona rural. Até 1914, a sede inicial da colônia Erechim foi o povoado que mais prosperou em toda a região. Em 20 de abril de 1916, o escritório da Comissão de Terras e Colonização foi transferido do Povoado Erechim para o de Paiol Grande, sede geral da colônia anteriormente escolhida.

Formação administrativa

Com o crescimento do povoado e de sua economia - agricultura, pecuária, comércio e serviços - o município de Erechim foi elevado à categoria de município com a denominação de Erechim, pelo decreto estadual nº 2342, de 30 de abril de 1918, assinado por Borges de Medeiros, desmembrado do município de Passo Fundo. Sede na antiga povoação de Boa Vista do Erechim, instalada em 18 de junho de 1918. Ao longo dos anos o município foi ganhando novos distritos.

Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1º de setembro de 1920, o município estava constituído de cinco distritos: Boa Vista do Erechim (sede), Erechim, Barro, Erebango e Marcelino Ramos. Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1937, o município apareceu constituído de onze distritos: Erechim, Barro, Marcelino Ramos, Nova Itália, Nova Polônia, Paulo Bento, Quatro Irmãos, Rio Novo, São Valentim, Treze de Maio e Viadutos.

No quadro fixado em 1943, o município era constituído de doze distritos: José Bonifácio (ex-Erechim), Barro, Carlos Gomes (ex-Ribeirão do Torto ex-Nova Polônia), Cotegipe, Marcelino Ramos, Nova Itália, Paulo Bento, Princesa Isabel (ex-Treze de Maio), Quatro Irmãos, Rio Novo, São Valentim, Severiano Almeida (ex-Nova Itália) e Viadutos. Em divisão datada de 1 de dezembro de 1960, o município era constituído de nove distritos: Erechim, Barão de Cotegipe, Capo-Erê, Itatiba, Mariano Moro, Nova Itália (ex-Severiano de Almeida), Paulo Bento, Quatro Irmãos e Três Arroios; em última modificação feita, em lei estadual nº 10762, de 16 de abril de 1996, desmembrou de Erechim o distrito de Paulo Bento, elevado a município.

Marcelino Ramos- Viadutos- Severiano de Almeida - Erechim- Barão de Cotegipe

O distrito de Marcelino Ramos recebeu a família em seu seio para aqui fazer sua morada. Na vila Suzana e na linha Lambari (hoje pertencente a Viadutos) os De Paris se estabeleceram. A 1ª geração genuinamente brasileira ali fez morada e seus casamentos, ampliando a família. Dedicados a agricultura, novas matas foram derrubadas, novas toras de madeira serradas, formando tabuas para suas moradas, e outras viravam tabuinhas de telhado para cobrir suas casas. Atualmente ainda residem algumas famílias em Lambari, outras se mudaram para a cidade de Viadutos.


Cidade de Marcelino Ramos

Viadutos, como tudo começou: No ano de 1889, o imperador Dom Pedro II concedeu ao engenheiro João Teixeira Soares, a concessão para construir uma ferrovia que teria fundamental importância para a região do Alto Uruguai (RS), a estrada de ferro São Paulo - Rio Grande. A ferrovia de São Paulo – Rio Grande do Sul é uma ferrovia muito longa, de 1.403 km, partindo da cidade de Itararé (SP), passando pelo Paraná, Santa Catarina até atingir o Estado gaúcho, pela região norte, de onde iria terminar em Santa Maria (RS). A estrada de ferro foi à grande responsável pelo nascimento, bem como pelo desenvolvimento de muitos municípios da região Alto Uruguai. O povoado de Viadutos teve início em meados de 1908 com os operários que trabalhavam na construção da ferrovia e que foram gradativamente se estabelecendo às margens da estrada de ferro e, consequentemente, formando o núcleo de moradores do povoado.


Cidade de Viadutos RS

A Origem do nome: A versão para a origem do nome do município se explica pelo fato de que muitos ferroviários que construíram o trecho da ferrovia que liga Gaurama até o local, denominaram o povoado de Viadutos, devido aos vários viadutos existentes em consequência da declividade e dos vales da região. O término da construção da ferrovia, em setembro de 1910, aumentou o fluxo migratório. Além de índios e caboclos que já habitavam o local, chegaram levas de imigrantes italianos - estes em maior número e oriundos das Colônias Velhas -, alemães, poloneses, russos, ucranianos, suecos entre outros. A Estação de Viadutos foi inaugurada no dia 25 de outubro de 1910 pela Cie. Auxiliaire Chemins de Fer au Brésil, empresa belga que tinha a concessão para construir a ferrovia na região do Alto Uruguai. Por volta de 1910, já surgiram às primeiras casas comerciais para atender as necessidades dessa população.


Viadutos de Viadutos

No decorrer do tempo alguns se espalharam para onde hoje situa-se Gaurama, Erechim, Barão de Cotegipe e Severiano de Almeida. Está ultima recebeu em maior número nossos ascendentes na região do Mirim, por volta de 1945,quando da formação da colonia Nova Itália. Parte dos De Paris que ali fizeram morada, fundaram Hotel, ferraria e agricultura. Na Atualidade poucas pessoas são remanescentes na Vila Mirim, que foi escondida sobre as águas do lago da Hidrelétrica de Itá. Apenas descendentes de Alfredo e David De Paris vivem aos redores da Vila e descendentes de Alfredo e Otávio moram na cidade de Severiano de Almeida.


Cidade de Severiano de Almeida-RS

Vista do Lago de Itá onde ficava a Vila Mirim e ao alto a Nova Vila.

Outras cidades gaúchas que receberam Deparis foram: Gravatai, Chiapeta, Santa Maria, Bento Gonçalves.

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